Tem sido um desafio a cada dia esse negócio de cuidar de mim mesma. Muito menos que grana, acho que este é um dos menores dos meus problemas (apesar de viver sem um pila no bolso). Me virar sozinha no que se refere a fazer as minhas escolhas e decisões, logo eu que nunca pude escolher muito, e principalmente cuidar bem direitinho dos meus sentimentos, isso tem sido bem cruel. Ter que me impor e decidir se eu faço uma gritaria, perco a razão e ajo como uma doida, coisa que eu sei que não resolve nada, mas que, sério, tenho passado por cada uma que estou quase me obrigando. Guardar as coisas dentro de mim também não é, absolutamente, a melhor decisão. Ainda não sei como falar, pedir, conversar alguns assuntos. Sinto falta de ter os amigos sempre por perto, de poder ter alguém pra escancarar o coração, sem ter medo de represálias, julgamentos. E de ouvir alguma coisa suave e sincera. Acho que me faz falta ter sido uma pessoa impulsiva, teimosa e cheia de vontades. Eu sempre quero poupar as pessoas e me virar sozinha. Bem azar o meu mesmo.
Sei que parece aquele chororô de sempre, mas não é tanto assim. Eu sei que tenho um caminho bom pela frente, e eu sei que 90% das pessoas passam pelo mesmo perrengue que eu. Claro, nem todos os 90% são inseguras e guardam as coisas dentro de si como eu. Sorte, ou azar... Quem sabe, né? A coisa toda é que eu escrevo muito melhor do que falo, e descobri isso a muito pouco tempo, o que me fez me calar ainda mais. Alias, as condições me fazem pensar que calar é melhor que falar.
Bem, as férias do trampo foram ótimas, lógico. Um acampamento que quase me fez desistir de tudo pra ficar lá, e uma visitinha relâmpago e maluca à Duda, no Rio. Muita intensidade em muito pouco tempo. Valeu mais que as férias mais longas que eu tinha tido até agora. Sério, eu quero muito um matinho só pra mim. Foi também a primeira vez que eu fiquei bastante tempo só com o B. que serviu pra reforçar ainda mais o sentimento gostoso que rola entre nós. E me fez pensar no quanto eu gostaria de poder ficar com a mente e o coração mais tranquilos quando eu estou com ele. Alias, quando eu estou em qualquer lugar. Acho que nunca fui tão retraída, mas acho que chega, não preciso de muito dessa repressão toda que o mundo tem jogado em cima de mim.
É coisa de estudar a si mesmo, meditar e tentar desenvolver uma série de qualidades. Sozinha, como tem sido cada vez mais, desde que aquela coisa boa e tranquila de pré-adolescência e adolescência me deixou pra trás. Agora, to fazendo de tudo pra poder optar por ter um pouco mais de tranquilidade (ou, de preferencia, muito mais tranquilidade), mesmo que isso não signifique ficar mais tempo parada, mas fazer coisas que sejam mais por prazer que por protocolo e obrigação.
Pelo menos to conseguindo ter mais clareza nos meus sentimentos, aceitar que tenho que trabalhar alguns pontos e, felizmente e finalmente, to deixando pra trás algumas cicatrizes que ardiam as vezes.
Pelo menos desta vez o tarô tem sido mais otimista comigo. Só to precisando ainda de um mentor espiritual, um psicólogo, muito dinheiro e mais uns 3 dias na semana. Rs...
Sempre vai-se vivendo. Devagar vou abrindo opções para fazê-lo.