“-Pulpero uma canha
Pra o consolo de uma pena!”
Uma vez eu conheci um cara, chamado Fernando Magalhães. Cantava essa música melhor que qualquer intérprete frequentador do Galpão Crioulo. Além disso, o cara podia te fazer rir horas sem parar nem um segundo. Com a maior simplicidade do mundo e com pouco ou nenhum álcool envolvido na história.
Eu não sei porque eu to postando isso aqui. Só sei que não poderia. Tem dias que a coisa realmente não anda e parece que estou fazendo tudo pelo avesso. Se bem que to aprendendo na aula de costura que a gente faz as coisas pelo avesso quando precisamos que elas tenham um bom acabamento...
O que todo mundo faz questão de me dizer, e de transparecer, é que eu não agrado muito. E eu gostaria muito de citar nomes aqui. Algumas também sumiram, ou já não fazem muita questão da minha presença. E tem épocas que parece eu fico ainda mais sem chão. Não que eu esteja reclamando ou desmerecendo os que estão sempre prontos a ouvir, mas também destas não dá pra deixar só os pepinos enquanto outros além de só permitirem o meu silêncio, ainda reprimem quando alguma coisinha tenta sair daqui de dentro.
No momento, to tentando me acostumar a uma série de coisas e redefinir a minha vida, da maneira mais autônoma possível. Já não estão mais nos meus planos palpáveis nem faculdade, nem casamento, nem filhos, nem cerquinha branca. Parece que o tal de mundo moderno me engoliu e eu tento fugir das cobranças sociais que ao mesmo tempo parecem tão ultrapassadas, mas ainda me dão uma esperança de uma vidinha um pouco mais gentil. Forço a minha cabeça a focar numa carreira e em alguns hobbies que me façam realmente feliz. Vou tentando driblar as partes ruins como se elas não estivessem ali, ao invés de enfrentá-los. Meu pai teve algumas úlceras e uma depressão com este método, mas vamos ver até onde eu consigo levar.
To tentando planejar uma carreira, mas morrendo de medo de não dar certo pelo simples fato de eu querer. Pura neura minha, eu sei, mas sinceramente, parece que quando eu quero que uma coisa aconteça, aí mesmo é que não rola – e eu poderia citar algumas aqui. E olha que não é falta de trabalho. De determinação, talvez, mas trabalho não. O coração, coitado, talvez uma dia me permita ser menos banana e eu aprenda a reagir as coisas que eu não mereço passar/escutar/descobrir, até lá, eu vou tomando coragem e confiança, nem que seja na filosofia “dois-pra-frente-um-pra-trás”. Freud diria que eu tenho algum problema mal resolvido com o meu pai pra deixar a coisa ser sempre do mesmo jeito e pra nunca ter uma posição confiante. Um dia eu aprendo.
Paciência e paciência. Ainda to pensando em virar budista, já que parece que esta é a única qualidade que eu estou desenvolvendo. Paciência, silêncio e abstinência. Acho que chegarei ao Nirvana antes de conseguir cobrir minha dívida no banco. (ah, nem vou entrar nos pormenores financeiros...)
Gabi
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