Criticou-me um amigo ao ouvir minha exposição:
-É que arte abstrata não é uma coisa fácil de entender, há de se possuir um entendimento sobre arte...
Dentro da minha cebeça, duas expressões brigavam:
-E desde quando tu sabe o quando eu conheço sobre arte?
-Ignora, não vale a pena a discursão.
Enquanto id e superego espancavam-se dentro da minha consciência, eu sorri e disse:
-Lembra daquela história do tecido invisível que só os inteligentes conseguiam ver?
(Touché!!)
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Bienal:
Domingo prometendo chuva.
Eu a Vanessa fugíamos de policiais minicipais comedores de menininhas turistas bobinhas. Porto Alegre, vertendo seu 'jeito legal'.
Placa "BIENAL"
-Yééééééé, vamos lá!
Como eu disse pro citado acima (o amigo, não o policial sem-vergonha!) eu sou uma defensora fiel da arte abstrata. Bom, até aí era só esta a minha frase a este respeito.
-Mini flash back (rs)-
Eu ainda não sabia ler quando me perdia nos desenhos do Picasso. Era fantástico ver a vida de uma forma tão engraçada. Retorcia, retorcia. Cubismo era meu preferido. Sempre gostei de enxergar além das cores, além das formas. Nâo entendia como é que uma obra poderia não despertar sentimento nenhum em alguma pessoa. Vinte anos depois eu descobriria o sentimento de desprezo...
-Fim do mini flash back-
Entramos (vale resaltar, fomos na exposição do Cais) felizinhas de nossas vidas. Eu, esperava vivenciar algumas coisas esquisitas, alguns sentimentos e formas de ver as coisas bem esquisitonas, daquelas que fazem a gente repensar como pensar (!). Pois bem. Cada espaço que entrávamos era uma nova e desagradável surpresa. Coisas sem o menooooooor cabimento, coisas que serviriam pra decorar a casa (eu eu não estou falando de pinturas e esculturas), quadrinhos que não demonstravam (nem me inconsciente sentiu cosquinha...) nada e o desprezo tornou-se tão grande que nem revolta era capaz de sentir.
No quesito "ahm?", o destaque foi para a (???) "Fios de Lã".
Claro, existem os que se descatam e os que de fato te fazem sentir algo de extraordinário (no contexto, quando eu chegava a sentir "algo" já achava de grande valia).
Destacam-se no quesito "vale a pena caminhar tanto" a obra que dá a sensação de mar, a que tem uma enoooooooorma montagem como todos personagens com cabeças de personagens da Disney, o das torres gêmeas (apesar de o assunto já estar bem caduco!), a sala que chama-se arquibancada, que ao entrar, tive que engolir meu coração pra dentro do peito outra vez e o mais-mais é um que tem muuuitos vídeos numa sala mega escura com um tio andando de trás pra frente.... A imbecil aqui só guardou o nome dos podres.
Meu conceito de arte mudou. De fato, tem gente que se aproveita do "queremos parecer intelectuais" e faz muita gente de idiota. É uma pena. Como eu disse e digo, e agora acredito com ainda mais fervor, quem nasce artista nasce artista, isso não se aprende na faculdade. Sensibilidade para expor o que pensa, entender o que vê, e saber quando está sendo feito de bobo, não se adquiri, infelizmente.
"Amigo dono da verdade", não duvido de toda tua capacidade intelectual que insistes em espalhar aos quatro cantos que possuis, mas pra mim, há muito mais em quem cala e transparece sua "interessência".
Como diz a sábia tia Zeli-minha-mãe, que coisa mais feia não tem humildade...
Mas sem nenhum sentimento de revolta, apenar vomitando o que estava aqui dentro...
Não percam a Bienal, sério, confiem e testem seus intelectos.
Via e-mail: Gabriela Moroni
posts a serem escritos:
- RBS "No Ar"
- Dia do ORgulho Pagão em POA
- etcs...