O fato é, que desde que eu entrei a escola - e aí já vão uns 4 meses - eu entendi que a licenciatura não era legal, e comecei a pirar muito por causa deste lance profissional. Comecei a olhar pro lado e ver que todo mundo com a minha idade já tem uma vida mais ou menos formada, uma profissão, alguém com quem formar uma família, sei lá. Esse lance da idade, então... Ainda tá me deixando doida... Acabo me fazendo uma pilha de cobranças, um peso complicado de se carregar sozinha. SOZINHA, lição que já me foi atirada na cara um milhão de vezes. De fato, em geral as pessoas só querem falar de si, não gostam muito de ouvir. E eu também nunca fui muito persuasiva neste sentido (e em tantos outros também, né?). Acabo que não tenho mesmo com quem abrir o coração e com quem trocar este monte de idéias e de coisas que estão passando por aqui. Se eu sempre achei injusto se escolher uma só profissão para sempre, agora, então... Essa é uma das coisas que eu to digerindo devagar. Talvez seja realmente só uma cobrança da sociedade que eu tenha uma faculdade, que eu tenha uma profissão, que eu seja professora e que eu tenha filhos. Um carro, um cafofo e viajar por aí, isso sim sempre esteve nos meus planos... E agora acabo percebendo que deixei essas coisinhas minhas pra lá pra correr atrás do que as pessoas me fizeram acreditar que era certo. E sinto que a minha consciência tem sido imensamente cruel comigo, me fazendo o tempo todo pensar nas coisas e pessoas que eu deixei pra trás, nas coisas que eu não tive coragem de fazer, por não me dar conta que a vida é a coisa mais solitária que há, e que eu deveria ter tomado as rédeas muito, mas muito tempo atrás, e me fazendo olhar pra todos os lados, me comparando o tempo todo com todo mundo. E eu sei que eu sou a miss choradeira, e acho que tentar conter isso aqui dentro do peito torna a coisa tão dolorida e tão cruel que não é possível suportar sozinho. Como me fazem falta os amigos, as risadinhas, a minha espontaneidade, algumas vozes, papos, companhias...
Esses dias fomos ao Centro Budista, e sempre que penso neste filosofia, fico surpresa com o quando se pode pregar o desapego, e como isso pode te iluminar. Acho que eu sou a pessoa mais apegada a tudo no mundo. Pessoas, cheiros, comidinhas, conversas. De repente pelo lance de ter sido criada sem irmãos, eu adoto um milhão de coisas, e tenho muita confusão nos sentimentos, uma insegurança que chega a dificultar a coisas pra mim. Neste momento, o meu peito parece que está vazio, e eu não sei direito de onde eu vou tirar força pra conquistar mais alguma coisa. Provavelmente as minhas contas pra pagar consigam me fazer acordar amanhã cedo e voltar pra "dar aula" lá na escola, e uma carência maluca me faça procurar o boyfriend a todo momento. o espírito pede socorro como doido, assim como o coração.
Sim... São aquelas fases. Vai passar, com certeza. Mas parece que a cada momento a fase demora um pouco mais pra passar e cada labirinto é mais escuro. E eu, cada vez um pouco mais sozinha.
Apelar prum feitiço? Acho que é o jeito... Logo, logo terão um emprego bacanão e poderei fazer mil coisinhas e cursos sem a menor pretensão de descobrir o que eu farei para o resto da vida. Só com a vida pra ser curtida.
Vem, força, que tá difícil.
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