08 junho 2007

A flor da escritora des-desabrochou

Tudo começou um dia que ela parou pra olhar aquela pilha de livros na estante do pai. Ela o admirava tanto, sentado na poltrona, vestindo seu sobretudo preto, abrindo e degustando aqueles livros imensos, bebericando um vinho e ouvindo Yolanda (na verdade, até hoje ela não sabe porque ele gosta tanto de ouví-la).
Ele era um homem misterioso. Eles conversavam sobre alguma bobagem, brincavam a jogavam video-game e ela queria ser que nem ele quando crescesse. Um dia ele virou professor. Um dia ele lhe deu um diário. "E pra que serve um diário?", ele respondeu "pra você escrever o que viu no seu dia". Ela escreveu, escreveu, escreveu. Começaram a dizer: essa menina vai ser escritora! E a encheram de livros. Os personagens dos livros e os sonhos se confundiam nas histórias tão fantásticas quanto mirabolantes que ela escreveu. As palavras a levaram até o céu, e ela viu que podia ir mais longe.
O tempo foi passando e ela sempre com aquela vontade enorme de escrever um livro, que nunca morria. Ela escreveu um, escreveu outro e os escondeu debaixo da cama, porque achava que ninguém ia gostar. Ela escrevia sobre o que ela queria ser, e sobre como ela queria ser.
O livro não chegava, mas ela ficou viciada em palavras. Ela descobriu que o pai também sofria deste vício. Ele mergulhava nas palavras, mas não era tão livre quanto ela, pra descrever tão sinceramente o que o seu coração falava. Ela desenhava cada letra, como se respirasse através delas. A caneta tornava-se uma extensão de seu peito. E ela escrevia, escrevia, escrevia. Começaram a ficar com medo que essa "escreveção" toda fosse deixar ela maluca. Acharam que tanto livro não fazia tão bem pruma menina assim tão nova. Ela namorou pouco, fez pouca festa e bem poucas coisas erradas.
Sabia coisas estranhas e já tinha ouvido falar de uma porção de assuntos. Conversava qualquer coisa e queria mudar o mundo. Quando pergutaram o que ela queria ser quando crescesse, ela disse "jornalista". Ela queria, mas logo descobriu que esse caminho não era bem pras pessoas que queriam escrever e mudar o mundo. Ela pensou, pensou. Mapeou os vários outros caminhos que tinha... E quase resolvida a estudar "as letras", desviou de caminho pra novamente fazer história.

Ela ainda escreve, escreve, escreve, e o seu livro ainda virá. Ela tem uma missão importante atráves das suas palavras. Não uma missão assim tão carmática, nem religiosa. Aprender e escrever foi apenas o que ela aprendeu a fazer.

E como ela diz, de vez em quando pra algum desavisado no caminho, "não é tão difícil colocar uma palavra na frente da outra."









Planejando um outro blog pra levar paralelo a este, novidades virão!
Surprise!
Estamos aí, beibe!

Um comentário:

Anônimo disse...

E nós com esse vicio eterno de escrever um livro... O emu parou no capítulo 3 ou seis, algo do tipo!
É, não é tão dificil colocar uma palavra na frente da outra, sonhar com mundos distantes e diferentes dos nossos, falar de coisas que gostariamos, saber que alguém irá ler, degustar, bebericar, apreciar, criticar, xingar, mas o mais importante se identificar com o que dizemos.
Saber que seremos alguém que será lido e "ouvido". Que as idéias que temos transpassaram o mundo da razão indo direto praquele mundo metafísico de Platão.
Onde o romance não será apenas um romance, fará brotar lágrimas e sorrisos!
será o nosso mundo compartilhado com outros, será os nossos suspiros na boca de quem ve que são 4 horas da manhã e deve fechar o livro.
E ainda sim será meu, intimamente meu. Como um filho que nasce, pois veio de mim, criado por mim, reparado as falhas impresso no melhor...
E ali estará na cabeceira de muitos o meu ou os eu livro, Ai assim mudaremos o mundo!

E chega viajei demais...

Beijos
Te adoro muito
Vanessa