14 dezembro 2007

Mais uma sobre ser mulher.

Eu não sei se nasci na época certa. Talvés uns 100 anos atrás já seria suficiente. Isso porque sou mulher.
E com todo esse papo de direitos iguais (que ainda não estão iguais, só estamos trabalhando mais), acabaram por "fudê" com a minha vida.
 
Algumas coisas mudaram, mais as outras estão como antes. É como um trabalho, onde você arruma muito mais responsabilidade, pelo mesmo salário. Pra começo de assunto, mulheres tem que se comportar de uma determinada forma. Precisam ser educadas, sorridentes, gostar de crianças, saber cuidar/brincar/limpar crianças, precisam ser gentis, precisam saber cozinhar, lavar, passar. Caso a coitada não saiba uma dessas coisas, lá vai ela ser julgada por alguma tia velha e gorda. Ela também não pode ter opinião. Quer dizer, até pode. Mas não pode ser uma revolucionária, uma maluca, fumar ou beber. Se não, novamente vem além cochichar baixinho: "Uma menina fazendo isso?".  
 
Uma mulher, tem a obrigação de satisfazer seu marido sexualmente. Mas não pode falar de sexo e muuuuuito menos de que gosta de sexo. Não precisa sentir prazer, desde que dê prazer! Se o marido não for grande coisa, ela não pode trair o marido, que vai ser zombado e humilhado socialmente por boa parte do resto da sua vida. Se ele a trai, ok. E ainda vai ouvir por ai, porque "foi procurar fora o que não tinha em casa". A mulher deve se contentar em casar. Alias, ela deve ter isso como maior sonho da vida. Casar, ter filhos, cuidar da casa, e pelo menos, até pouco tempo atrás, era só isso.
 
Como se não bastasse, agora ainda temos que ter empregos e suar muuuuuito pra conseguir alcançar um cargo e, quem sabe, um salário masculino. Temos que fazer relatórios, corres atrás de clientes, resolver pendengas, limpar a sujeira dos outros. E como se não bastasse, tudo isso dentro de um terninho apertado e em cima de um salto alto. Acorda-se 2 horas mais cedo. Toma banho, cuida do corpo, arruma a sua roupa, dos filhos e muitas vezes a do marido. Faz o café, leva cada filho na escola. Encara o chefe, os olhares cheeeeios de maldade dos colegas, engole as fofocas das colegas mais idiotas, e leva-se em frente.
Geralmente essa coitada ainda tem uma aula de noite, leva trabalho pra casa, lava, passa e faz a janta do pessoal. Alimenta-se apenas de vegetais, já que precisa cuidar do corpo. E quando abusa da massa no fim de semana, a tortura aumenta. Sofre com a depilação, com a academia, com a dieta.
 
Como se não bastasse, de 21 em 21 dias, passa por uma sessão de sangramento, cólicas insuportáveis, e mau humor que tem que ser digerido pra que ninguém reclame. Faz compras no mercado, se preocupa em fazer um rango que todo mundo goste. As vezes, ainda, ao chegar cheeeeia de amor pra dar no marido ainda ouve, que "hoje não vai rolar, trabalhei muito".
 
Todo mundo cobra que tenha filho, todo mundo cobra que case, que cozinhe, que limpe, que resolva os problemas da família e que seja forte. Pois é, as coisas podiam ser bem mais simples.
 
Mas, como se a sociedade po si só não cobrasse demais das mulheres (quando a sua atitude e porte) ainda alguém teve a feliz idéia de queimar um sutiã, afim de terem igualdade. Grande coisa. A rotina triplicou e os benefícios continuam aqueles mesmos.
 
 
Hoje em dia não dá nem pra dizer que uma mulher enlouquece qualquer homem, visto que uma boa parte tem virado gay...
 
E aí, se você pudesse escolher?
Eu não sei não...

4 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com tudo (não se pode discordar de uma mulher!), mas fico pensando: pq só mulher pode engravidar? Melhor: pq só mulher pode dar à luz (é mais poético)? É um poder muito grande e arbitrário em mãos femininas (ou barrigas femininas), eu posso ser pai e nem saber (ou pior, eu posso achar que sou pai e nem sou).
E a questão dos direitos iguais é complicada mesmo. Via de regra, mulheres não conseguem abrir um vidro de pepinos. Capacidade para abrir vidro de pepinos não é lá uma grande virtude, mas é uma faceta da diferença material entre os sexos, e não dá pra ignorar isso.
Mas tudo isso pode ir água abaixo no futuro. Penso assim desde que vi uma matéria na TV (na TV Cultura!) sobre pessoas que tomam hormônios do sexo oposto. Digo pessoas pq realmente não é possível classificar o resultado em homem ou mulher. É meio assustador. Acho que nossos bisnetos terão experiências que não podemos nem imaginar!

Anônimo disse...

A propósito: o casamento é um relacionamento entre duas pessoas, onde uma sempre tem razão e a outra é o marido.

Rô Rezende disse...

Se eu pudesse escolher, talvez tivesse nascido homem! rsrs...ou não, sei lá...acho q gosto de ser mulher...aff...mulheres são confusas! bjos...lindo blog

Vanessa disse...

Onde eu vi esse texto?

Olha, ser mulher é complicado, principalmente nos dias... Concordo com muita coisa ali, mas acho que a mulher tem toda a capacidade pra escolher ter uma vidinha diferente dessa ai. Tem mutias que preferem homens ricos(alguém conhece um ai) e viver como peruas de salão em salão.
Outras preferem fazer faculdade, serem idependentes e não casarem.
Outras preferem as duas coisas.
E outras acabam não fazendo anda e apenasa se casando com caras que só vão engravidá-las e ela terá a linda vida de maezinha.

Eu prefiro ir levando numa boa, fazendo faculdade, driblando aqui e ali... tendo atitude e abrindo vidros de pepino (é n precisamos mais de homens pra isso, só basta água quente e uma faca)
Se quiserem falar, que falem...