09 setembro 2007
Parte II - Délcio
Desde a primeira vez que encontrou seus olhos perdido na multidão que rezava, simplesmente não conseguiu mais imaginar outra coisa além da dona deles. Não conseguia a olhar com menos paixão a cada vez que se encontravam e percebia nela algo que poderia ser mais do que a vocação espiritual que ela tanto insistia em pregar. Ele a despia com os olhos e imaginava tudo o que poderiam passar juntos. Sua voz era doce e o fazia tremer, cada vez que despreocupadamente encostrava nele, sem querer. As suspeitas quando a reciprocidade, só realmente tornaram-se uma suspeita, quando ele sussurou com a voz doce e quente que precisava de sua ajuda pra convencer o pai de que ela deveria ser uma freira. O padre, não conseguiu por os pensamentos em ordens, tal foi a desorientação do sentimento que o tomava. O pai permitiu, sem maiores problemas vendo na aprovação do padre a peça que faltava para confiar sua filha à sagrada família. Fortemente, o padre aguentara não visitar-lhe alguns dias no começo da estadia de Amélia no mosteiro. Sentia seu cheiro onde quer que fosse e queria poder imaginar o que lhe passava pela cabeça. Algumas horas depois de ter deitado para descansar e não podendo mais aguentar o calor que corria pelo corpo, de saber que eles estavam no mesmo prédio, ele levantou e foi até a porta de seu quarto. Abriu vagarosamente a porta e quase não pode suportar a imagem de Amélia deitada com a perna e o ombro descobertos, como se o convidassem para abrigar-se ali. Ela gemia baixinho enquanto dormia. Mas o temor o tomou por inteiro e ele fechou a porta de repente e correu para seu quarto. Ele já não possuia mais controle sobre o próprio corpo, e preferiu dormir e nunca mais voltar lá.
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